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Resenhas - Kreator, Hellhammer e Shadowside

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Kreator - Hordes o Chaos (2009)

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Por Rafael Ordoñez

Quatro anos após o ótimo Enemy Of God (2005), nos deparamos com mais um ensandecido álbum de estúdio dessa instituição do caos chamada Kreator. São 10 faixas de pura velocidade e odes à violência vociferadas pelo vocalista/guitarrista Mille Petrozza, a cabeça por trás da trupe que conta também com o guitarrista Sami Yli Sirnio, o baixista Christian “Speesy” Giesler, e o batera Jurgen “Ventor” Reil.

O álbum abre com a faixa-título, cuja introdução remete imediatamente aos elementos melódicos que Mille tem usado nos álbuns mais recentes do Kreator, como Violent Revolution (2001) e o já citado Enemy Of God, elementos que não serão esquecidos no restante do álbum.

A exemplo do que foi dito acima, a quarta faixa, Amok Run, começa com um dedilhado introspectivo e um vocal limpo que rapidamente lembram o trabalho realizado no polêmico Endorama (1999), entretanto, após uma boa dose de gritaria insana de Mille, a faixa torna-se uma verdadeira “rifferama” infernal, a despeito de uma ponte “caída” um tanto melódica em seu final.

Outros destaques de Hordes Of Chaos vão para Destroy What Destroys You, com um refrão poderosíssimo, To The After Burn, que apresenta um Kreator mais melódico, mas não menos violento, e Demon Prince que é melodicamente (sim, essa palavra de novo) introduzida pela instrumental Corpses Of Liberty, e é possuidora de um ótimo solo que foge o padrão “bu-lu-lu-lu” característico do Thrash Metal.

Como um todo, Hordes Of Chaos representa para o Kreator um passo dado em direção à evolução, mesmo que a banda tenha dado alguns passos em falso na década de 90. Um excelente álbum de uma banda que não tem medo de inovar sem perder a característica principal de sua música: a violência.

Nota: 9,0

Hellhammer – Demon Entrails (2008)

Por Lucas Araújo

Demon Entrails é uma compilação dupla e histórica das raras primeiras e disputadas demos de uma das bandas mais ousadas e únicas da década de 80, o saudoso martelo do inferno, o Hellhammer. Comandado pelos persistentes guerreiros Tom “Satanic Slaughter'' Warrior guitarra e vocal e Martin “Slayed Necros” baixo, além dos diversos bateristas que passaram precocemente pelo grupo.

O primeiro CD dessa obra indescritível traz a segunda e maior demo da banda: Satanic Rites oriunda do ano de 1983. É justamente nesta demo que se encontra a faixa Euronymous, que mais tarde seria usada pelo mentor do Mayhem e da gravadora Deathlike Silence, Oysten Aarseth como seu nome artístico. Outros tracks como Revelation Of Doom e The Third Of The Storms (Evoken Dammation) foram lançadas neste bastardo registro e dispensa qualquer tipo de comentário. Já no segundo CD consta as demos Death Fiend e Thriumph Of Death primeira e segunda demo dos Suiços.

É exatamente na segunda demo, que possui a monumental faixa hormônio Thriumph Of Death, esta que simboliza todo o sentimento do Black Metal, uma representação da contra cultura, através do ocultismo era uma forma de protestar e chocar a sociedade daquele período, diferentemente da década de 90 onde alguns jovens dementes, quase acabaram com a imagem do gênero ao transformar o sentimento de diversão e manifesto musical em banalização da violência e do vandalismo. Voltando a pérola Demon Entrails, a disponibilidade desse material, agora pode ser degustada por todo maníaco do metal feito com essência e eficiência.

Esse é um lançamento digno e merecedor da grandiosidade do metal extremo mundial. O Hellhammer não é apenas o embrião do Celtic Frost, é a divindade do espírito Black Metal. Compre e celebre os primeiros atos desta instituição fundamental na criação e proliferação do Metal Underground.

Nota: 9,5

Shadowside - Dare to Dream (2009)

Por Barbara Kyrilo

E aconteceu do modo como foi falado! Muita gente tem se impressionado com o novo trabalho de estúdio da Shadowside, o tão aguardado Dare to Dream. Com uma casca mais hard rock que no poderosíssimo Theatre Of Shadows, o lançamento atual do furacão santista tem sido alvo de muitas críticas bem estruturadas e que fazem jus a banda versátil que a Shadowside mostra ser.

O crescimento da banda no Brasil não me surpreende. Com uma multidão de admiradores na América do Norte e também na Espanha, a Shadowside já se deu muito bem. Inclusive, em shows em Madrid e em Valência o quarteto que está em ótima fase, já executou novas músicas como a típica faixa de single Baby In the Dark, tal que apesar de simples, faz seu refrão ficar preso na mente. A autoentitulada lembra um pouco a linhagem de Baby In the Dark e possui back vocals muito legais e bem encaixados como na intensa e bem levada Life Denied e em uma das minhas preferidas, Memories. Nessa, além de a banda se encontrar, Dani Nolden prova, que quando o assunto é cantar com gana, ela é um fenômeno, assim como faz com peso e com classe em Nation Hollow Mind, que conquistou não só a mim, como a maioria dos fãs desde a primeira ouvida!

Não é difícil se sentir assim escutando Dare to Dream. Principalmente se a faixa que você estiver ouvindo for Last Thoughts, melódica como deve ser e que mostra que o Shadowside ‘está aqui para ficar’, como insistia uma grande canção do disco anterior. Assim como não será difícil se for Time To Say Goodbye. Eu até diria que ela é a Queen Of The Sky do novo disco só por causa dos arranjos sensacionais (mesmo que dessa vez não sejam feitos por piano). É definitivamente a faixa que te deixa com vontade de saber cantar, e cantar como Dani Nolden. Se eles tem por influência os master ballads do HelloweeN, eles já podem se sentir influenciavelmente supridos, pois essa balada é linda e incrível.

A banda voa um pouco mais alto na preguenta Hideway, na carismática e marca registrada das variações de Dani, Ready or Not e em Wings of Freedom, que possui um refrão típico do estilo, e que apesar de variações, mantém uma característica única.

Durante suas carreiras, muitas bandas costumam tentar novos caminhos e criar coisas diferentes das que estão acostumadas a fazer. E é justamente isso que aconteceu com o quarteto liderado pela vocalista Dani Nolden, que conta com os carismáticos solos de guitarra de Raphael Mattos, com o rápido trabalho de bateria de Fábio Butividas e o experiente Edu Simões no baixo. É preciso arriscar sim, ao contrário de contar sempre com a mesmice de um sucesso por medo de falhar ou deixar a desejar no próximo trabalho. E dessa forma, Shadowside arriscou certo e nos deu de presente, mais um puta disco que vale muito a pena!


Nota: 9,0





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