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ARTIGO - Shadowside: Alcançando a glória!

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Por Barbara Kyrilo


O histórico brasileiro referente ao Heavy Metal, se desenvolveu com bandas extremas, em sua maioria de Death e Thrash Metal. Tanto que hoje não se fala de Brasil, em termos metálicos, sem citarmos o super-brasileiro Sepultura e profano Sarcófago. Muitas bandas além dessas, também são muito comentadas, seja no país ou fora de seus territórios, como o Overdose, Torture Squad, Krisiun e muitas outras com tanta qualidade quanto essas.

No entanto, acaba por ser raro presenciarmos uma ascensão de qualidade no que costumamos chamar de Metal Melódico ou do Heavy/Hard. Logicamente temos algumas bandas de garagem (que não julgo por serem de garagem) e alguns covers de HelloweeN, Hammerfall, Judas Priest e Iron Maiden, que por mais que sejam talentosos, procuram soar da mesma forma que soam seus ídolos, o que faz a magia se perder em meio a melodias já usadas e muito escutadas. E é claro, que descarto completamente do que eu disse bandas como o Angra, Viper, e principalmente o mais novo furacão brasileiro do estilo: o Shadowside!

Eu disse ser raro, mas é possível e excitante encontrarmos uma banda formada por membros com tamanha responsabilidade e tão aguçado senso musical, e para mim, não há grupo que execute melhor esse papel como os santistas que gravaram o seu poderosíssimo debut Theatre of Shadows em 2005.

Apesar de problemas com line-up, a banda mantém o talento intacto e a ideologia cada vez mais positiva e que planta esperança... Belive In Yourself é prova fiel do que foi dito e é um dos grandes destaques do disco citado anteriormente. Merece destaque também Red Storm, Illusios e Vampire Hunter, apesar de ter notado que outros fãs preferem citar, quando o assunto é faixa destaque, canções também matadoras como Queen Of The Sky, We Want A Miracle e Highlight, que de longe são ótimas canções e o que afirma mais uma vez, o fato de serem uma banda tão versátil e já adorada.

Em sete anos de trabalho árduo e esforço constante, o Shadowside já percorreu vários países diferentes, conquistando públicos sólidos na América do Norte, onde são muito populares e admirados, como nos EUA, por exemplo. No Brasil, onde já abriram shows para bandas de suma importância para o cenário, como os alemães do Helloween e Primal Fear e os finlandeses do Nightwish, também são uma banda muito forte. Embora não tenham aqui, a mesma representatividade que têm nos Estados Unidos, a vocalista Dani Nolden, disse receber e-mails diários de fãs, inclusive dos brasileiros, elogiando o trabalho feito pela banda, o que significa que o completo reconhecimento do público metálico brasileiro pode não ter chegado, mas, está a caminho.

Em turnê de divulgação de seu mais novo trabalho, Dare To Dream, produzido e mixado por Dave Schiffman, (que já trabalhou com bandas como System of a Down, Audioslave, Avenged Sevenfold) a banda agendou shows na Espanha e puderam ampliar a tour estadunidense. Segundo Dani, é uma ótima experiência fazer shows em seu país de origem e perceber que existe um público aqui para a música que o Shadowside faz, mas, que há uma gratificação inexplicável em ter o trabalho reconhecido em outros lugares.

O single Baby In The Dark, por enquanto é casquinha que podemos desfrutar até o lançamento oficial de Dare To Dream. Contendo as faixas In The Night, Life Denied e a faixa título, conferimos um grupo maduro, evoluído, que sem sombra de dúvidas, irá deixar muita gente de pescoço duro, de tanto banguear. E Nation Hollow Mind não me deixa mentir. Mesmo não inclusa no single, porém divulgada, essa já é uma das queridinhas não só dos ‘Shadowmaniacs’, como também de ouvintes novatos. A faixa que faz uma critica muito bem escrita, diga-se de passagem, sobre o cruel assalto que resultou na morte do garoto João Hélio (nascido em 2000) no Rio de Janeiro em 2007 e a forma como a indignação da população nacional passou rapidamente com a chegada do carnaval, é de uma musicalidade incrível. De um peso e um equilíbrio fortificantes, que faz você compará-los com a típica gangue da escola: aqueles que chegam e socam todo mundo! Esperemos ansiosos pelo prato principal, já que a entrada tem deixado tanta gente babando, e com toda razão.

O efeito-colateral de ser uma grande banda já tem sido percebido e sentido. Falamos de reconhecimento nacional, e esse está ficando a cada vez mais próximo, inclusive nesse momento. Fazer o open act para os britânicos do clássico Iron Maiden é uma tarefa não muito fácil e logicamente disputadíssima! Se você não é Lauren Harris, então, trabalhe duro, acredite em você e vá à luta (Belive In Yourself rocks!). Infelizmente acontecimentos naturais (atraso na montagem do stage – resultado de uma forte chuva e NADA de desentendimentos) impediram que a banda fizesse o show que daria seguimento a mais um espetáculo da Dama de Ferro em terras brasileiras. Porém, até onde sabemos, Rod Smallwood se desculpou pessoalmente com a Shadowside e declarou ter sido ele mesmo quem escolheu a banda para ocupar tal “cargo”. Chuva lamentável, mas, prevalece a certeza de que apesar de essa ser uma grande chance e um prazer imenso para os santistas, oportunidades não faltarão, como não faltaram no passado, para ter a honra de apresentar o começo de algum imenso show de alguma grande banda.

Agressivos, carismáticos e competentes: é assim que os integrantes podem e devem ser chamados. Afinal, a força com a qual superam seus próprios limites, o pensamento marcante sobre e como fazem música e a capacidade que têm para serem, de longe, uma das melhores bandas de Heavy Metal do mundo, até pode ser definido de outra maneira. Mas, para aqueles que ainda não conhecem o exímio trabalho dessas pessoas, eu soaria um pouco xiita. Mas, só para os que ainda não conhecem!


Shadowside: Edu Simões(b), Dani Nolden(v), Rapahel Mattos(g), Fabio Buitvidas(b)

Shadowside Website






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